sábado, 16 de julho de 2011

Entrevista com os atores de 'Valéria e Janete'

Natalia Castro
Revista da TV


O primeiro contato entre Thalita Carauta e Rodrigo Sant'anna já renderia uma cena de comédia. Ele estudava teatro no Tablado, no Rio, quando avistou a atriz. Com a intenção de puxar um papo, mas sem assunto, tentou ser original. E o resultado foi quase uma piada:


- Que corpão, heim! Você faz street dance? - perguntou ele.


Thalita, sem entender nada, respondeu que não, que sua única atividade eram as aulas de teatro mesmo. Soltou uma gargalhada e o que vem em seguida é fácil de imaginar.


- Logo começamos a conversar e a amizade surgiu - relembra a atriz.


Há dez anos os dois são inseparáveis. A boa química entre eles fica clara para quem assiste à dupla em ação no "Zorra total", sábado à noite, após "Insensato coração", na Globo. Depois do sucesso como Admilson e Clarete, picaretas que rondam a perua Lady Kate, personagem de Katiúscia Canoro, eles agora são destaque absoluto no humorístico, quando entram em cena no quadro "Metrô Zorra Brazil". Ele é Valéria, transexual que é amigo da lesada Janete, papel de Thalita. O bordão de Valéria, "Ai como eu tô bandida...", pegou.


- Nossos personagens são populares porque são humanizados, não se sustentam só da piada. E a nossa afinidade dentro e fora da cena também ajuda - acredita a atriz.


A identificação do telespectador é simples. Rodrigo e Thalita contam que os personagens são inspirados em tipos encontrados no dia a dia de cada um. O ator foi criado no Morro dos Macacos, na Zona Norte do Rio, e morou em Quintino, subúrbio carioca. Assim como o Méier, de onde vem Thalita.


- É muito subúrbio na veia - ri Rodrigo, que afirma ser um observador nato: - Lá (no subúrbio) as pessoas são mais reais e espontâneas, não se podam tanto. É um prato cheio para a gente.


Antes do sucesso no horário nobre, os atores percorreram um longo caminho com direto a muitas "pagações de mico", segundo eles. Rodrigo começou no teatro aos 16 anos, depois de tentar cursar Turismo e Psicologia. Muito tímido, surpreendeu a família com a vontade de atuar. A matrícula no Tablado veio como presente de 18 anos. Até chegar ao "Zorra total", participou de várias peças teatrais e integrou o elenco de "A turma do Didi", como Dodô. Ele ri ao lembrar que, quando decidiu seguir a carreira artística, ouviu da mãe que não era bonito o suficiente. Hoje, ela é sua maior crítica. Já Thalita estuda e faz teatro desde os 11 anos. Em 2006, participou da novela "Páginas da vida" como Lídia, a empregada de Helena (Regina Duarte).


A chance para atuar no humorístico global veio com o espetáculo "Os suburbanos". Escrita por Rodrigo, a peça entrou em cartaz em 2005 e faz sucesso até hoje em todo o país. Em uma das apresentações, os atores foram vistos por Maurício Sherman, diretor do "Zorra total", e seus produtores. O convite apareceu.


Porém, o surgimento de Admilson não foi imediato. O ator não sabia o que faria dentro do programa até que, como teste, participou do quadro de Lady Kate. A empatia foi imediata. Logo depois, Thalita entrou para completar o trio.


- Kat foi muito generosa com a gente. Ela também não vale nada - empolga-se Thalita.


Katiuscia diz que vê Thalita e Rodrigo como uma inspiração para o seu trabalho. E afirma que, mais que admiração, tem gratidão pela dupla.


- Eles deram uma graça a mais no quadro. Tenho certeza de que serão meus parceiros pela vida inteira - elogia.


A popularidade da TV se reflete nas ruas. E, por mais que se declarem tímidos, são desafiados a fazer imitações em lugares incomuns.


- O mais constrangedor é quando me chamam de Valéria. Outro dia, eu estava no banco e o gerente pediu que eu falasse o bordão "Ai, como eu tô bandida". Fiquei morrendo de vergonha - relembra Rodrigo.


Mas, apesar da boa fase, eles mantêm os pés no chão e a cabeça em movimento. Além do quadro na TV, Rodrigo se apresenta com o monólogo "Comício da gargalhada", dirigido por Thalita. Desde quinta-feira, a peça está em cartaz no Rio. Já a atriz escreve um texto no qual será dirigida pelo amigo.


- Com certeza, o assédio aumentou. Mas sabemos que o sucesso é uma febre que pode passar - garante ela.


3 comentários:

  1. Amei, amoo muuitissimo os doois.Eles é tuudo pra mim, minha alegria dos sábados :D

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  2. nossa amos as duas ai como eu to bandida, melhor frase desse mundo meu deus

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