domingo, 20 de junho de 2010

Tempos Modernos cada vez pior


“Tempos modernos” é uma novela como poucas vezes se viu. Mesmo depois dos inúmeros ajustes que o texto sofreu desde a estreia, a história ainda anda em círculos, presa a uma falta de inspiração estrutural. Dá muita aflição.

Um dos motivos é que o autor, Bosco Brasil, fez alterações apenas aparentes desde que a produção começou a naufragar nos números. A história em si não avança nem recua. Os acontecimentos que ele criou apenas reforçam o marasmo que sobrevoa a trama toda. Por exemplo, Regeane (Vivianne Pasmanter) passou meses fora do ar sumida. Agora ressurgiu. Nada mudou. A vilã, Deodora (Grazi Massafera), não sumiu, mas despersonalizou-se, o que, convenhamos, dá no mesmo.

Com Regeane de volta, imagina-se que ela e Deodora vão disputar Portinho (Felipe Camargo). Um parênteses para definir Portinho: ele é um astrônomo que não reconhecia Deodora só porque ela estava usando óculos e fazendo um ar de moça inteligente. Por que mesmo ele seria disputado por duas beldades? Outro dilema que não empolga: Nelinha (Fernanda Vasconcellos) é ou não filha verdadeira de Leal (Antonio Fagundes)?

Nem o ótimo elenco, nem a direção de José Luiz Villamarim, os figurinos e a cenografia de qualidade salvam “Tempos modernos”, que começou mal e mudou pouco desde então. Verdade que o computador falante sumiu. Pensando bem, já foi tarde.

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