sexta-feira, 4 de junho de 2010

Por onde anda a atriz e cantora Via Negromonte?


Aos 16 anos, ela se apresentava como bailarina na peça “Romeu e Julieta”, em Belo Horizonte. Aos 18, já tinha conseguido o papel principal na Broadway, no musical “West Side Story”, em Nova York. Trinta anos depois, Via Negromonte se transformou em sinônimo de versatilidade: além de dançarina, virou atriz, diretora musical, preparadora corporal e vocal e, mais recentemente, cantora de mantras da cultura védica.

“No começo, minha curiosidade era a dança. Quando cheguei na Broadway, fiz aulas de interpretação e canto. Descobri novos talentos”, diz Via, que morou 12 anos em Nova York, intensamente vividos por conta da cultura pop. Lá, gravou comerciais como o da Honda, cujo astro era Lou Reed. Montou uma banda de pop/rock e, por isso, abriu shows de artistas conhecidos como Billy Idol. Também participou do filme “Cotton Club”, de Francis Ford Copolla, com Richard Gere no elenco.

“O Coppola usava minha cor como referência, como se fosse o símbolo da nova negra americana, miscigenada. As outras dançarinas precisavam ser maquiadas pra ficarem iguais a mim”, relembra Via.


Na volta ao Brasil, a descoberta das novelas

Em 1987, ela decide voltar ao Brasil, dando continuidade à carreira de cantora e atriz. Lançou dois discos, ganhando o Prêmio Sharp de Música como cantora revelação com a música "Preconceito". Mas sua versatilidade, que lhe garantiu várias portas abertas no exterior, encontrou resistência por aqui. “Sofri preconceito. Uns diziam que eu era uma atriz tentando cantar, outros que eu era cantora tentando atuar. Acho que nasci na época errada. Eu deveria ter feito as chanchadas do Carlos Manga na Atlântida” (risos).

Em 1988, Via se enveredou por um novo caminho: as novelas. A primeira delas foi “Kananga do Japão”, na extinta TV Manchete. Na Rede Globo, participou de “Irmãos Coragem”, “Belíssima” e de um episódio do “Você Decide”. “Toda vez que quis mudar meu destino, as coisas não fluíam. Quando desisto é que elas acontecem. Assim comecei a fazer novelas.”

No cinema, Via também ganhou prêmios, entre eles o de melhor atriz coadjuvante em “Cabeça a prémio”, de Marco Ricca. Foi também protagonista de “Lambada – o filme”, produção ítalo-brasileira de 1989. Agora, em 2010, está participando de “As mães de Chico Xavier”, que conta a história verídica de três mães que perderam seus filhos e se uniram por conta das cartas psicografadas pelo médium. Seu marido, o ator Nelson Xavier, também interpreta Chico, como fez em “Chico Xavier - o filme”, de Daniel Filho. Via e Nelson têm uma parceria de anos, e quando um está trabalhando muito, o outro fica de lado para dar apoio.

“No filme ‘Chico Xavier’, preferi ficar com um papel pequeno (a cafetina Nora, que inicia Chico sexualmente). Precisava cuidar do Nelson, que estava passando por um câncer e era o protagonista do filme. Agora ele está bem, é a vez de ele cuidar de mim. Temos uma boa química de trabalho, como colegas mesmo”, conta ela.

“Quero curar o mundo”

A nova empreitada de Via é completamente diferente de tudo o que fez. Praticante de ioga há 20 anos, ela estuda sânscrito há seis. Apaixonada pela cultura védica, Via visita a Índia de dois em dois anos. Depois de muitos estudos na Índia, no Nepal e no Brasil, a cantora resolveu lançar um CD em sânscrito, o “Priyamantra”.


“Foi difícil, pois o sânscrito tem vários tipos do som, com uma pronúncia muito sutil. São sons de cura, mesmo que as pessoas não entendam o que está sendo dito, a música é sentida pelo corpo”, diz Via, que tem um objetivo claro com tudo isso: “Meu objetivo é pequeno, é pouca coisa. Quero curar o mundo (risos).”

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